Enslaved: Odyssey to the West é, antes de mais nada, uma história sobre “trabalho em equipe”. Um tanto clichê, é verdade, não fosse pelo caráter peculiar da dupla que aparece no centro da história: o brutamontes Monkey e a esperta Trip, ambos jogados dentro de um mundo caótico, onde a ideia é se manter vivo para o dia seguinte.
A ligação entre os dois também não é das mais óbvias. Entre os escombros de uma Terra pós-apocalíptica — após uma guerra de longa duração —, os personagens estão literalmente presos um ao outro, sem nenhum esquema romântico clichê.
Após a queda da espaçonave em que os protagonistas viajavam para um local desconhecido no oeste, ambos escapam. Entretanto, Trip, uma hacker tão esperta quanto desesperada, reconhece na força de Monkey a única possibilidade de permanecer viva. Dessa forma, a moça instala um dispositivo na cabeça do brutamontes cujo funcionamento é bastante simples: se Monkey se afastar, sentirá dores físicas; se qualquer um dos dois morrer, o outro morre também.
Essa ligação improvável é o pontapé inicial para uma trama das mais interessantes. Até porque, não apenas Trip necessita das tremendas força física de Monkey, como este também precisa de alguém com, digamos, “mais cérebro”. Dessa forma, enquanto Monkey se ocupa da maioria das batalhas e trajetos espinhentos, Trip é capaz de utilizar quaisquer “gadgets” à sua volta — robôs, por exemplo — para facilitar a vida de ambos.
A distinção entre os personagens torna-se bastante óbvia conforme ambos progridem no jogo. Enquanto Monkey vê suas habilidades de combate e ataque a distância melhorarem, Trip torna-se cada vez mais capaz de se valer das parafernálias eletrônicas do cenário para tornar a vida um pouco mais fácil — a heroína pode, por exemplo, identificar em um grande grupo de robôs qual deveria ser atacado primeiro.
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